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Imagem retirada de um link. |
Não demorou muito e minha condução chegou. Entrei, paguei a passagem para o cobrador e sentei-me. Na minha frente havia uma senhora em torno de seus 62 anos.
O trajeto era longe e em diversos momentos aquela senhora me encarava. Surpreendi-me quando ela se aproximou:
– Com licença jovem, notei que em seu olhar há uma pequena chama de tristeza. Algo está te afligindo?
A senhora tinha uma voz serena, agradável de se ouvir.
Hesitei. Como uma desconhecida notara algo em meu olhar, sendo que eu escondia tão bem? Fiquei alguns segundos em silêncio. A senhora ainda me observava, então falei:
- Bem... Estou passando por alguns problemas complicados de serem lidados.
- Veja bem, minha jovem. A vida nos prega tantas peças, e muitas vezes caímos em suas armadilhas. Só não se esqueça de que existe uma pessoa em especial que sempre te acompanha e envolve seu coração em uma forma que você se tranquiliza.
Ouvindo essas palavras, senti a presença de minha avó que há tantos anos havia se ausentado. Não me despedi da senhora. Desci do ônibus com meu coração apaziguado.
(GUEDES, Erika)
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