quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Por que ler?

 Ler. Parece algo muito chato, não é mesmo? Mas olhando por outros lados, ler pode ser algo maravilhoso. Ler é mágico.
 Sou uma pessoa apaixonada por leitura e por ter livros, aquela sensação de que um livro novinho é somente meu e que eu vou poder sentir o cheirinho das páginas todas as vezes que eu bem quiser. Passar horas lendo, ocupando a minha mente com um mundo diferente do qual eu vivo, ou talvez parecido, mas onde eu posso imaginar as coisas e ninguém pode controlar o que eu imagino. 
 Não sei bem como explicar o prazer pela leitura. Ler é sentir, imaginar, viajar, amar.
 Um livro pode ser a melhor companhia de uma tarde solitária de domingo. Pode ser a melhor coisa numa semana que você precisa de um ombro amigo e pode ser seu refúgio e o que você tem para compartilhar uma alegria.
 Pode parecer chato. Mas acredite, não é!
 Comece lendo livros que sejam do seu interesse, um que aborde o que você gosta. Às vezes uma poesia, uma crônica em uma coluna daquela revista encostada no canto da sala pode acender a chama da paixão pela leitura.
 Embarque em um mundo mágico que só a leitura nos proporciona.

''A última crônica''

Também trabalhamos crônicas. A professora de Língua Portuguesa nos ensinou a estrutura da crônica, a diferença entre uma crônica e uma notícia e tivemos a oportunidade de ir até o laboratório de informática para lermos algumas crônicas.
 Gostei muito de uma crônica de Fernando Sabino, que se chama ‘’A última crônica’’.
  Confira:

''A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever.

A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho -- um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura — ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido — vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso.''


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Palestinos X Israelenses

 Após orientações da professora de história, foi solicitada uma pesquisa com relação ao conteúdo abordado no livro ''Uma garrafa no mar de gaza'' que é o livro que estamos trabalhando na última etapa desse ano letivo. 
 
 Montei uma apresentação online em um site indicado pela professora (o prezi). Clique aqui para ver a apresentação. 

Trabalho com o livro ''Todos contra Dante''





 Nós alunos das 8ªs séries trabalhamos com o livro ''Todos contra Dante'' do autor Luis Dill. Através de orientações da professora de Língua Portuguesa, juntamente com a professora de História, os alunos em grupos deveriam criar uma campanha contra o bullying, charges e tirinhas referentes aos temas. 
 Confira como meu trabalho ficou finalizado: 





Tirinha
Charge.





Poesia II

 Retornamos novamente à biblioteca para continuarmos com os poemas. Desta vez a minha escolha foi um poema de Vinicius de Moraes


Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento 

Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento. 

E assim, quando mais tarde me procure 
Quem sabe a morte, angústia de quem vive 
Quem sabe a solidão, fim de quem ama 

Eu posso me dizer do amor (que tive): 
Que não seja imortal, posto que é chama 
Mas que seja infinito enquanto dure. 


Um amor, onde milhares de sentimentos estão envolvidos, onde as palavras são tão sinceras ao ponto de não haver o que as defina. E um amor é eterno em cada instante que durar. E ''Soneto de Fidelidade'' é um poema que trago em meu coração por ter me cativado em casa verso.


 Vinicius de Moraes (1913-1980) foi um poeta e compositor brasileiro. "Garota de Ipanema", feita em parceria com Antonio Carlos Jobim, é um hino da música popular brasileira. Foi também diplomata e dramaturgo.

I Poesia

 Em Língua Portuguesa, estamos trabalhando com poesia. Fomos até à biblioteca para lermos alguns poemas e deveríamos selecionar um que nos tenha chamado atenção para aqui publicar. 
 Em particular, sou uma pessoa que gosta muito de poesias. Após ler várias (e ter me identificado com a maioria delas), escolhi uma de Cecília Meireles. 


II 

''Não sejas o de hoje. 
Não suspire por ontens... 
Não queiras ser o de amanhã. 
 Faze-te sem limites no tempo. 
 Vê a tua vida em todas as origens. 
 Em todas as existências. 
 Em todas as mortes. 
E sabe que serás assim para sempre. 
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue: 
É a passagem que se continua. 
É a tua eternidade... 
É a eternidade. 
 És tu.''

(presente no livro ''Cânticos'') 



Neste poema podemos notar a singela mensagem de que não devemos apressar a vida ou mudar o que já está proposto nela. Devemos ser leves e saber que a vida se encarrega de nos tornarmos eternos na simplicidade de apenas viver. 


 Cecilia MeirelesCecília Meireles (1901-1964) foi poetisa, professora, jornalista e pintora brasileira. Foi a primeira voz feminina, de grande expressão na literatura brasileira, com mais de 50 obras publicadas. Com 18 anos estreia na literatura com o livro "Espectros". Participou do grupo literário da Revista Festa, grupo católico, conservador e anti modernista. Dessa vinculação herdou a tendência espiritualista que percorre seus trabalhos com frequência.

Solidão suma dentro do mar

Salvador Dali, 1925. 

 A gente vive uns dias de solidão, aqueles dias que nem temos vontade de sair do colchão. Dizem que felicidade é só questão de ser, mas a felicidade custa a aparecer. 

 Para espantar a dor, alguns se refugiam no amor. Mas o problema é quando o sentimento só traz mais sofrimento. 
 Talvez o mar consiga afastar todas as coisas que nos fazem chorar, por isso que temos que aprender a navegar. 
 Navegar em um oceano de paz e pensar que ''sofrimento nunca mais!''
 Muitas vezes esses dias tristes são insistentes, nos impede de estarmos contentes. Por isso sentimos vontade de navegar observando horizontes, quem sabe a sorte não está do outro lado da ponte?! 
 Um café, um livro e a brisa necessária para apaziguar nossos anseios, embora o mundo nos mostre um buraco negro sem fundo. 
 Há dores de saudade, aquela dorzinha aguda em nosso peito que samba de salto agulha em nosso coração. A saudade costuma a caminhar lado a lado com a solidão. 
 Mas não podemos parar de dançar. Como dito em uma música ''devemos ser fortes e aprender a navegar''. 
 O mar nos chama para purificar a vida com um pouco mais de calma. 
 E se ainda sim nada mudar, uma hora as coisas tendem a melhorar. 

(Erika Guedes)

Produção de crônica proposta pela professora de Língua Portuguesa. Após a escolha de uma de três imagens presentes no Movimento do Aprender, deveríamos produzir uma crônica; fosse ela poética, esportiva etc.