sábado, 16 de março de 2013

''Perdido''

Imagem retirada do site: weheartit.com
 No clarão do meio-dia, Pedro caminhava pela terra quente e seca. Tudo o que ele queria era encontrar uma sombra. Ao subir o morro, atrás das dunas  avistou uma sombra agradável. Rapidamente foi até lá. 
 Sentou-se aliviado por ter encontrado o que tanto desejara. Após alguns minutos em que estava ali, começou a se perder em pensamentos. 
 Eram pensamentos diversos, eram recordações, e não se sabe bem por qual motivo, mas seu coração se afligia ao entrar nessa reflexão.  
 Ele era quem realmente queria ser? Suas lembranças eram doces ou tão amargas a ponto de envenenar seu coração? Dentro de sí, seus segredos o atormentava? 
 Pedro tinha inúmeras perguntas para se fazer, e as respostas eram cada vez mais complicadas de serem obtidas. A tarde estava acabando, mas continuava sentado, refletindo.
 Nas lembranças, haviam dúvidas e nas dúvidas, medos. Desejava que algo lhe mostrasse que tudo aquilo valia a pena, que realmente ser ele, valia a pena. 
 A noite havia chegado repentinamente, Pedro decidiu ir para a casa. 
 Dentre as sombrias ruas, foi capaz de ouvir: 
  Por favor, me liberte. Dói viver preso com seus medos. Bobagem todo esse veneno de mágoas. Não me afogue nisso. Não me deixe morrer. Pois eu, sou quem realmente você é, ou quem você deixou de ser há um bom tempo.           

(GUEDES, Erika.) 

quarta-feira, 6 de março de 2013

Clarice Lispector


Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, pequena cidade localizada na Ucrânia. Sua data de nascimento mais provável é 10 de dezembro de 1920. Veio para o Brasil ainda quando muito pequena, e assim acabou se naturalizando como brasileira. 
 Foi criada em Maceió e Recife e aos seus 12 anos foi para o Rio de Janeiro. Formou-se na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além de também ter trabalhado como jornalista, foi no Rio de Janeiro onde começou sua carreira literária. 
 Casou-se com um diplomata brasileiro e em função disto, viajou por diversos cantos do mundo. 
 Foi uma mulher de beleza indescritível e talento incomparável. Mesmo depois de seu falecimento, em 1977, continua sendo reconhecida e admirada por inúmeras pessoas. 




"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."



segunda-feira, 4 de março de 2013

''Felicidade Clandestina''



 Neste conto de Clarice Lispector é passada ao leitor a história de uma garota diferente e apaixonada por livros. 
 Uma ''colega'' de sua escola era filha de um dono de livraria e a mesma adorava humilhar as outras meninas pelo fato de ter qualquer livro que tivesse vontade. 
 Tão apaixonada por livros a garotinha implorava para que a outra lhe emprestasse um livro que tanto ansiava ler. 
 Com falsas promessas, a sortuda filha do dono da livraria, sempre dizia que emprestaria tal dia o livro, porém esse dia se adiava sempre. Até que a mãe  descobriu a brincadeira de mal gosto que a filha fizera, e então fez com que a garotinha fosse presenteada com o livro que desejara. 
 Feliz por ter conseguido finalmente o livro, a menina estava mais apaixonada por livros e o mundo por trás deles, ou em outras palavras: ''Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.''
Livro da autora com o mesmo titulo do conto citado na síntese acima.

domingo, 3 de março de 2013

Entrevista com Clarice Lispector


  Esta é a entrevista completa com Clarice Lispector, a mesma que assistimos apenas um trecho na sala de aula. 
 A autora concedeu a entrevista em 1977, mesmo ano de sua morte. É perceptível que Clarice diversas vezes demora para responder o entrevistador e geralmente responde com palavras monossilábicas.
 A mesma citou que naquele dia, estava cansada e triste, porém geralmente não era assim. Naquele ano, já estava com câncer, e como dito, foi o ano de sua morte. 
 O seu sotaque era diferente, um pouco nordestino, tanto como carioca. Muitos dizem que também havia influência de sua natalidade, Ucraniana. Mas, era apenas uma pequena deficiência que Lispector tinha: língua presa. 
 Achava mais simples escrever e se comunicar com crianças, pois os adultos eram muito parecidos consigo mesma, e difíceis de serem lidados. Durante a entrevista, Clarice Lispector disse que quando não escrevia era o mesmo que estar morta. 
 Não se considerava uma escritora profissional, e escrevia simplesmente por prazer. 
 Viajou muito para o exterior, por conta de seu casamento com um diplomata brasileiro. Morou em Recife e Maceió, logo depois no Rio de Janeiro, mesmo local onde faleceu.